sexta-feira, 11 de março de 2016
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Olorum e os Orixás
Olorum
e os Orixás
De
forma clara e objetiva, Olorum na
Umbanda é o ser supremo, criador de tudo e de todos. É dele que tudo é gerado.
Ele para os umbandistas é o nome dado a Deus, por ser Deus, não temos como
descrevê-lo, apenas sabemos que existe e que tudo ele pode e ele pode tudo. É a
energia divina que nos conduz a evolução.
Por
ser energia divina, não podemos descrevê-lo, apenas senti-lo, pois sabemos que
ele existe e que muitas coisas somente ele pode. Essa afirmação é amplamente
difundida, tanto que o ditado popular já deixa isso muito claro “Não caiu uma
folha de uma arvore se não for pela permissão de Deus”.
A
palavra Olorum é de origem Yorubá. Olo significa senhor e Orum, o além, o alto do céu.
Olorum
é onisciente, onipotente, onipresente e indivisível, é energia pura que nos dá
vida e nos sustenta.
Quando
da criação, os seres humanos eram apenas centelhas divinas de Olorum e visando
uma perfeita evolução dessas centelhas, Olorum entendeu por bem distribuir a
elas suas virtudes principais, quais sejam, Fé, Amor, Conhecimento, Equilíbrio, Ordem, Evolução e Geração.
O
que isso quer dizer? Quer dizer que em nossa primeira encarnação éramos apenas
centelhas sem nenhuma virtude, uma brasa simples e pura. Ao encarnarmos Olorum
entendeu por bem nos dar 07 (sete) virtudes suas, a serem evoluídas em nosso intimo
quando do estágio no plano material, para entendermos e compreendermos cada uma
delas e assim melhorar como Ser, não Ser encarnado ou desencarnado, mais como
Ser em todas as suas facetas, já que mesmo desencarnados continuamos a evoluir
as virtudes de Olorum.
Quando
desencarnados, aprendemos tanto na luz como nas trevas, dependendo o campo que
estamos de acordo com nosso merecimento. Se merecemos estar na luz, passamos a ajudar
nossos semelhantes, quase sempre como entidades espirituais, que pode ser dos
mais variados graus e níveis de luz. Se nas trevas ou na escuridão,
aprenderemos com a dor e com as dificuldades, mais sempre evoluindo,
positivamente ou negativamente, ou até mesmo podendo ajudar o próximo,
trabalhando pela Lei, dependendo do nosso merecimento.
É
justamente por isso que em nosso centro, casa de oração, templo de umbanda, ou
qualquer outro nome que queriam dar, aprendemos desde sempre que “somos seres espirituais estagiando na
terra”.
Por
haver todas essas virtudes indispensáveis ao Ser, Olorum necessitava que elas
fossem alimentadas, vigiadas e controladas, pois concedeu também aos indivíduos
o livre arbítrio, ou seja, através
desse fator o Ser escolhe como proceder e é justamente por isso que muitas
vezes o Ser não cresce de forma correta dentro das virtudes divinas e acaba por
modificar sua caminhada evolutiva (mas isso fica para uma outra ocasião).
Sendo
assim, Olorum criou Sete Tronos Divinos:
O Trono da Fé; O Trono do Amor; O Trono do Conhecimento; O Trono da Justiça
(Equilíbrio); O Trono da Lei (Ordenação); O Trono da Evolução; e O Trono da
Geração, bem difundidos e explicados pelo irmão Rubens Saraceni em suas obras
literárias, que recomendamos a todos.
Para
cuidar desses Tronos, Olorum criou as divindades,
que são conhecidas popularmente como Orixás,
que são essencialmente “poder” (energia), ou seja, que não se manifestam
(incorporam), mas que irradiam sua virtude para todos os Seres e também dão
forças aos guias e protetores que trabalham com seus fatores ajudando os
encarnados e os desencarnados a evoluírem dentre de cada virtude e da Lei maior.
Muitos
afirmam e no Wikipedia está descrito que “Os orixás (yoruba Òrișà; em espanhol Oricha;
em inglês Orisha) são ancestrais divinizados
africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os
seus arquétipos. Estão relacionados às manifestações dessas forças. A
característica de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles
manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em
excesso, são passionais. Cada Orixá tem ainda o seu sistema simbólico
particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, oferendas,
espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se
deu durante o período da escravatura, cada Orixá foi também associado a um santo
católico, devido à imposição do catolicismo aos
negros. Para manterem os seus Orixás vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los
na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente”.
Aqui cabe algumas observações, já que concordamos apenas
em parte do que está descrito. Vejam, que como dissemos, os Orixás são
divindades criadas por Olorum, que não incorporam, mas irradiam sua
virtude para todos os Seres e também dão forças aos guias e protetores que
trabalham com seus fatores ajudando os encarnados e os desencarnados a
evoluírem dentre de cada virtude.
Além
disso, são os Orixás os responsáveis por alimentar, vigiar e controlar as
virtudes de Olorum. Ora, se são divindades com tais responsabilidades, não
podemos concordar que “A característica de cada Orixá aproxima-os dos seres
humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva,
ciúmes, amam em excesso, são passionais”.
Na verdade, os Orixás não tem esses sentimentos, apenas irradiam
seus fatores e o Ser, pelo seu livre arbítrio, toma suas decisões e dentro da
Lei recebe ou é cobrado por suas atitudes. Afirmando que eles tem os
sentimentos lá descritos, estaremos humanizando essas divindades, o que não
podemos concordar. Respeitamos quem assim entende, mas não concordamos.
O que concordamos é que os Orixás “correspondem a pontos de força da Natureza “ e que “Cada Orixá tem ainda o seu sistema simbólico
particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, oferendas,
espaços físicos e até horários” (o que abordaremos em outros artigos).
Concordamos também que “Como resultado do sincretismo que se
deu durante o período da escravatura, cada Orixá foi também associado a um santo
católico, devido à imposição do catolicismo aos
negros. Para manterem os seus Orixás vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los
na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente”.
Portanto,
para nós umbandistas, Orixás são forças divinas que irradiam as virtudes de
Olorum para todos (isso também será melhor explicado em outros artigos).
Sabendo
disso, Olorum designou a responsabilidade do Trono da Fé ao nosso Pai
Oxalá, que é essencialmente magnetizador da Fé. Como na Umbanda tudo é
equilíbrio, este trono também ficou sob a responsabilidade de nossa Mãe Oyá,
que é essencialmente cristalizadora da religiosidade.
O
Trono do Amor foi designado a nossa Mãe Oxum, que é essencialmente
concebedora do amor, e tem ao seu lado dando equilíbrio nosso Pai Oxumaré, que
é essencialmente renovador da concepção.
O
Trono do Conhecimento foi designado ao nosso Pai Oxossi, que é
essencialmente expansor do conhecimento, e tem ao seu lado dando equilíbrio
nossa Mãe Obá, que é essencialmente concentradora do raciocínio.
O
Trono da Justiça (ou do Equilíbrio) foi designado a nosso Pai Xangô, que
é essencialmente equilibrador da justiça, e tem ao seu lado dando equilíbrio
nossa Mãe Egunitá, que é essencialmente energizadora da razão.
O
Trono da Lei (ou da ordem) foi designado ao nosso Pai Ogum, que é
essencialmente ordenador da Lei, e tem ao seu lado dando equilíbrio nossa Mãe
Iansã que é essencialmente direcionadora do caráter.
O
Trono da Evolução foi designado ao nosso Pai Obaluaiiê, que é
essencialmente transmutador da evolução, e tem ao seu lado dando equilíbrio
nossa Mãe Nanã Buruque, que é essencialmente decantadora dos sentidos.
O
Trono da Geração foi designado a nossa Mãe Iemanjá, que é essencialmente
geradora da criatividade, e tem ao seu lado dando equilíbrio nosso Pai Omolú,
que é essencialmente estabilizador da geração.
Importante
saber também que a Umbanda é monoteísta, ou seja, que acredita em um só Deus,
Olorum, criador de tudo e de todos. Todavia, trabalha com diversas energias
(poder) em perfeito equilíbrio, sendo, portanto, uma religião bipolar, pois há
sempre positivo e negativo, macho e fêmea, ativo e passivo, certo e errado,
entre outras coisas, sempre em perfeito equilíbrio, onde cada fator é vigiado
por um Orixá (Oxalá e Oyá; Oxum e Oxumaré; Oxossi e Obá; Xangô e Egunitá; Ogum
e Iansã; Obaluaiiê e Nanã Buruque; Iemanjá e Omolú), conforme demonstrado acima.
Todos
os Tronos por serem bipolar, podem girar no positivo ou no negativo, podem ser ativos
ou passivo, dependendo sempre das energias do indivíduo, pois, é a partir dos
pensamentos que a pessoa se torna mentalmente acessível, já que sua própria
afinidade magnética começa a atrair os seus semelhantes.
Este
são pontos iniciais da Umbanda...
Umbanda
é muito mais e tem fundamento...
Vamos
apreender...
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Irmãos negativos e os Exus
Irmãos
negativos e os Exus
No
artigo anterior falamos sobre “Deus e o Diabo” e colocamos nosso entendimento
de que não existe a personificação do Diabo, com força equiparada a Deus, mas,
sim, que existem irmãos negativos, que por problemas em sua evolução, caíram e
se negativaram e que vivem para prejudicar seu próximo.
Esses
irmãos adquirem força, desvirtuando as leis existentes, mas nunca podem ser
equiparados a Deus - senhor onisciente, onipotente, onipresente e indivisível,
energia pura que nos dá vida e nos sustenta – já que este é único, sendo certo
que não podemos equiparar nada e ninguém a nosso senhor supremo.
Para esclarecer um pouco mais algumas dúvidas
com relação a religião de Umbanda, principalmente para demonstrar que há diferença
entre esses irmãos negativos e os Exus, guardiões do baixo astral, pois muitos,
por falta de conhecimento, os equiparam aos irmãos negativos e pior, dão a
essas entidades de Lei - Exus, muitas vezes, a qualificação ou a personificação
de um “Diabo”, vamos escrever esse artigo.
É
certo que esse artigo será superficial, já que a fundamentação do Sr. Exu será melhor
explicada oportunamente em aulas que serão ministradas pelo Centro Espirita Tenda de Oxalá, mas aqui
faremos vários comentários para aguçar a curiosidade de todos.
Para
um melhor entendimento pedimos que os irmãos ao lerem este artigo o façam com coração
e mente abertos para o novo, procurando entender que tudo o que é passado é
apenas o início de vários conceitos, não sendo possível pormenoriza-los, já que
há mais segredos entre o céu e a terra do que podemos imaginar. Portanto, este
artigo serve para reflexão.
Importante
termos em mente que todos nós somos filhos de Deus/Olorum. Não há qualquer Ser
que não seja filho de Deus. Podemos estar encarnados ou não, negativos ou não,
ainda assim seremos sempre filhos de Deus. Os bons e os maus (negativos) são
filhos de Deus e isso não podemos esquecer, tanto que nos foi passado pelo
Caboclo Das Sete Encruzilhas que a missão do Umbandista é Aprender com os mais evoluídos; ensinar aos menos evoluídos, e nunca
renegar nenhum irmão.
É
certo que nossos irmãos negativados, em razão do seu estado conciencial estão
densos e por isso vivem vagando pelo baixo astral, alguns, fazendo o mau por
pura ignorância, outros por medo, havendo até aqueles que são escravos
espirituais dos mais fortes (mais a explicação disso fica para outro artigo).
São esses os irmãos “fora da Lei” ou “punidos pela Lei”, que fazem o mau para
os Seres, sejam eles encarnados ou não.
Poderíamos
dizer que alguns desses irmãos negativos e mais esclarecidos, se fazem passar
pelo Diabo, na tentativa de personificar esse nome e com isso criar mais força
em razão do pensamento negativo de vários irmãos que vão se negativando com o
passar do tempo e com as dificuldades que a vida lhes impõe, já que são nossos
pensamentos que atraem tudo (mas isso também fica para outra oportunidade). Mas
esses não podem ser equiparados a Deus, mas, sim, um ser negativo que vive para
fazer o mau e tem força.
Alguns
poderão dizer, mas se Deus é a força suprema, porque ele deixa esses irmãos
negativos fazerem o mau para o seu próximo e ainda se passarem por um ser de
força equiparado a ele, cujo o nome é “Diabo”? Simples. Se Deus criou tudo e
esses são seus filhos, o que Deus mais quer é que eles aprendam com seus erros
e melhorem, por amá-los. Exterminando com eles, Deus não seria um ser supremo.
Alguém que ama seus filhos tem coragem de extermina-los só porque estão
errando? Ao invés de exterminar aqueles que não evoluem e se negativam, Deus impôs
as Leis imutáveis e nos deu o livre arbítrio para através de nossas atitudes possamos
aprender e evoluir, nos dando também a oportunidade do arrependimento e da
compensação. Isso é ser supremo.
Portanto,
os irmãos que nos fazem mal, são aqueles negativos que vivem ao arrepio da Lei,
vagando pelo baixo astral, não se podendo dizer que esses irmãos são Exus, pois
esses não vagam pelo baixo astral, mas trabalham lá.
Muitos
dirão, então, o que são os Exus? Exus são irmãos, trabalhadores da Lei no baixo
astral, pois são densos, vazios e têm total conhecimento desse local. Cumprem
as ordens dos espíritos mais evoluídos (Chefe de falanges, Protetores, sempre
trabalhando na força de um Orixá) e ajudam os encarnados na caminhada
evolutiva, entre outras coisas.
Para um
melhor entendimento, pensamos... Quando estamos em um lugar muito escuro, se
uma luz forte for acessa, o que nos acontece? Não enxergamos nada, pois a luz
nos ofusca. Portanto, um espirito de luz não anda pelo baixo astral, ele
determina a um desses irmãos que o façam. Outro exemplo... Um juiz de direito
não entra na favela, ele determina que um soldado o faça, pois é ele que esta
treinado e preparado para entrar neste local... Aqui cabem várias explicações,
mas por ora basta os exemplos que servem para reflexão (não tenho a intenção de
convencer ninguém, apenas que pensem, pois explicações mais detalhadas serão
dadas oportunamente).
Para
uma melhor reflexão, discorrerei um pouco sobre o Sr. Exu. Em sua infinita
sabedoria, Olorum (Deus), na criação do mundo, o fez em equilíbrio, e isso é
pacifico em todas as religiões.
Vejam
que as espécies justificam essa afirmativa, já que Olorum as criou em perfeito
equilíbrio, tanto que temos dois braços, duas pernas, duas mãos, duas orelhas
etc., outros seres também estão em equilíbrio, sempre em pares, ou seja,
existem no mundo o homem e a mulher, o macho e a fêmea, o bem e o mal, a
direita e a esquerda, entre outras coisas.
Como
vimos em nosso curso “A Fundamentação dos Orixás”, as sete linhas de Umbanda
também estão em equilíbrio, tanto que para cada Orixá ativo, existe um Orixá
passivo, trabalhando em equilíbrio para ajudar os seres encarnadas e todos
estão interligados um ao outro.
No
mesmo curso, deixamos claro que Oxalá é o responsável pela Fé, seu campo de
atuação são os caminhos, e a sua regência é o Espaço Infinito, criando tudo que
nele existe, sendo certo ainda que todos os outros Orixás estão assentados em
seu campo, o Espaço Infinito, razão pela qual os estudiosos afirmam, que em que
pese não haja hierarquia entre os Orixás, Oxalá é o mais velho e por isso que
muitos o tem como o principal Orixá, sem falar ainda que todos os outros estão
assentados em seu Espaço Infinito.
Todavia,
antes de direcionar o Espaço Infinito a Oxalá, Olorum criou o Vazio Absoluto e
o consagrou a Exu, responsável por este estado da criação e é por este motivo
que muitos estudiosos afirmam que Exu é o filho primogênito de Olorum.
Tal
afirmação se dá, vez que para existir o Espaço Infinito, primeiro tem que haver
o Vazio Absoluto, pois o Espaço está dentro do Vazio. Como Exu é o guardião do
vazio, este também é vazio. Em seu estado natural, Exu não tem sentimento e até
é Taciturno (que fala pouco, calado, silencioso, triste, sombrio) e sua função,
justamente em virtude de ser vazio, é esvaziar os seres desequilibrados para
que possam voltar a evoluir.
Com
isso em mente, podemos afirmar que Exu não é um ser mal como muitos acreditam
ser, ele na verdade é um cumpridor da Lei, regendo o vazio absoluto e cumprindo
os desígnios de Olorum.
Uma vez
não tendo sentimentos, sendo vazio, podemos dizer que Exu é neutro, nem bom,
nem ruim, apenas cumpri o que for determinado.
E é ai
que está toda a diferença do que muitos afirmam.
Pensemos...
Em nossas vidas já ouvimos falar de espíritos trevosos, malignos, obsessores,
sofredores, entre outros (negativos), e também ouvimos falar de Exu.
Se
existem todos eles e também Exu, é porque um não é o outro. Com isso em mente,
podemos dizer que os primeiros são problemáticos em virtude de seus desequilíbrios
no caminhar da vida, enquanto Exu é vazio por natureza.
Como
Exu é cumpridor, vazio por natureza, portanto, neutro e Olorum o designou para
ser o Guardião do vazio absoluto, não é certo afirmar que ele é mal e que não
pertence a Lei. Certo?
Acredito
que sim, pois ele faz parte da evolução dos seres encarnados e dos seres
desencarnados, pois atua esvaziando os desequilíbrios desses, em seu campo de
atuação.
Infelizmente,
o mal, são os seres humanos que muitas vezes pedem e querem o mal para o seu
próximo, ou pensam apenas em si e usam de conhecimentos para tanto.
Lembram
que os Exus são vazios, sem sentimentos, cumpridores e neutros. Ora, sendo eles
assim, o que lhes for pedido eles cumprirão independente de qualquer coisa,
pois deverão ser pagos para tanto (oferendas). Uma vez pagos, quem cai na malha
fina da Lei é justamente quem pediu e se desequilibrou. A Lei fazendo o seu papel.
Por
estes motivos não podemos dizer que Exu é o ser ruim, pois ele não diferencia o
bem e o mal, apenas cumpri o que foi determinado. Se quem pediu está certo, Exu
fará seu trabalho e ponto. Se quem pediu está errado, Exu também fará seu
trabalho, pois foi pago para tanto, mas a Lei atuará em face daquele que pediu
e no momento oportuno fará justiça e o Sr. Exu nada poderá fazer, pois é a Lei
que estará atuando.
Está é
a força de Exu, que trabalhará no baixo astral, cumprindo com o que for
determinado. Sei que vários questionamentos existirão, entretanto, várias
respostas, como melhores esclarecimentos, serão dados em cursos, mas aqui cabe
apenas aguçar a curiosidade. Vejam ainda que Exu também tem seu equilíbrio e
nele está a Pomba-Gira, que cuida dos desejos, mas há também Exu-Mirim que
cuida das intenções. Tudo será melhor esclarecido em cursos.
Ah,
não podemos esquecer que primeiro oferendamos Exu para depois começarmos nossos
trabalhos, como também firmamos ele no lado de fora do templo. Exu trabalha com
o membro fálico (representação do membro viril masculino) nas mãos. Por que de
tudo isso?
Reflitam...
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Deus e o Diabo
DEUS E
O DIABO
Me
foi perguntado por um irmão, que ainda procura seu ponto de equilíbrio
religioso, se na Umbanda se acredita existir o “Diabo, ou se há algum Orixá
relacionada a ele” Após conversar um pouco com ele e outros irmãos presentes,
pensei que seria interessante escrever sobre o assunto, já que isso deve ser
dúvida de muitos.
Começo
perguntando se os irmãos acreditam que existe alguma força que se compare a
força divina de nosso Pai Maior “Deus/Olorum”?
Na
minha visão acredito que não, pois, se assim pensássemos estaríamos colocando
em pé de igualdade nosso divino criador com as forças negativas, sendo
possível, portanto, uma luta inimaginável pelo poder.
Como
já explicamos em nossos cursos, Olorum é o Deus supremo que tudo criou, não
existindo força semelhante. O que existem são Leis imutáveis criadas por ele, onde
o que fazemos em nossa caminhada evolutiva vai sendo anotado no livro da vida e
essas atitudes vão sendo cobradas ou abençoadas de acordo com nossos atos.
Lembremos
das palavras do Sr. Exu Caveira proferida a nós nos seguintes termos “A
morte é uma consequência da vida, mas seus atos é o que vai dizer a sua
consequência e o seu fim”.
Vejam
que são nossas atitudes que vão dizer as consequências de nossa passagem para o
plano espiritual e vão determinar também nosso fim, ou seja, para onde iremos e
como iremos.
Assim,
se existem Leis imutáveis criadas por Olorum, ser supremo, e são nossas
atitudes que definirão nosso fim, não podemos acreditar em força igual ao de
Olorum, pois colocamos em xeque sua superioridade.
Contudo,
existem sim forças negativas fortíssimas, já que em virtude das dificuldades de
nossa caminhada evolutiva, muitos irmãos, encarnados ou não, acabam se
negativando de tal forma, que seu pensamento tem um único proposito “prejudicar
o seu semelhante”.
É
certo que em nossa caminhada evolutiva aprendemos muito sobre diversas coisas e
em todos os campos que a vida nos proporciona, inclusive sobre as virtudes
divinas (Fé, Amor, Conhecimento, Equilíbrio, Ordem, Evolução e Geração), não
sendo diferente com relação a forças maléficas, tanto que existe, e isso não é
novidade para ninguém, pessoas que praticam magia negra. Assim, muitas vezes o
aprendizado ao invés de ser positivo, segue para o lado negativo e o Ser começa
a desenvolver pensamentos ruins e com isso vai densificando sua matéria, mente
e espirito, caindo para campos extremamente negativos.
Tudo
o que aprendemos levamos conosco em toda nossa vida encarnada e desencarnada e
isso não é diferente com os espíritos negativos, que ao desencarnarem ficam
vagando, já que não atingiram um grau evolucional que lhes permitam seguir por
campos melhores, onde aprenderão os verdadeiros desígnios de Olorum, e muitas
vezes nem mesmo querem ir para esses campos e, em razão do seu estado de
espirito e merecimento, vagam por campos extremamente negativos por estarem
densos.
Como
ficam vagando nesses campos, acabam encontrando outros com os mesmos
pensamentos e começam a se unir para praticar o mau, onde um ajuda o outro a fazer
o mau para aqueles que eles entendem ou acreditam que devem receber o mau, em
virtude de seu pensamento desvirtuado, criando com isso, uma legião voltada
para prejudicar aqueles que estão procurando apreender os desígnios de Olorum e
que muitas vezes conscientes, não sabem o porquê as coisas acontecem.
Fazendo
um paralelo com o plano material, temos invariavelmente as quadrilhas de
ladrões, que nada mais são do que pessoas com pensamentos negativos que se unem
para praticar o mau contra pessoas inocentes. Não tem o mesmo poder das
autoridades legitimamente constituídas, mais que procuram usar todo o
conhecimento adquirido em prol de levarem vantagem e fazer o mau ao próximo.
Assim,
todo o conhecimento adquirido é utilizado para fazer o mau e um acaba ensinando
o outro o que aprendeu em sua caminhada e com isso vão crescendo em força, já
que não respeitam as Leis impostas e agem sem qualquer pudor no intuito de
conseguirem o que querem. É claro que continuarão
sofrendo as punições da Lei, mas, como o seu mental está completamente
negativado, não se importam em continuar sofrendo, só querem que o outro sofra
também.
Vejam
que muitas vezes agimos de forma que normalmente não agiríamos e que muitas
vezes falamos de forma impensada no claro intuito de apenas magoar o outro,
quando não queríamos magoar ninguém, apenas queríamos colocar os nossos
pensamentos e sentimentos de forma simples. Quando isso acontece, muitas vezes
estamos sob influência desses irmãos.
Contudo,
não podemos ter isso como desculpa, muito menos esquecer que mesmo sob a
influência deles, temos nossa parcela de culpa e podemos e devemos combate-los,
não dando entrada para pensamentos que não são nossos. Mas isso existe.
Nasce
da conduta desses irmãos negativos a missão dos Umbandistas, que é mostrar a
esses espíritos que suas atitudes só estão lhes prejudicando e nada de bom lhes
traz, já que as entidades de luz irão nos proteger, trabalhando dia e noite
para isso, dentro do que determina a Lei e dentro de nosso merecimento.
Porque
dentro do que determina a Lei e de nosso merecimento? Porque muitas vezes,
mesmo negativos, esses espíritos podem estar amparados pela Lei em virtude de
nossas condutas (carmas, dividas passadas ou presentes e etc.) - mas isso fica
para outro artigo, mais que serve agora apenas para sabermos que isso existe e
pra pensarmos. Aqui vamos nos concentrar apenas em demonstrar que não existe
igualdade de forças entre nosso divino criador e os irmãos negativos.
Esses
irmãos negativos, após adquirirem força, começam a explorar o mental de irmãos
sensíveis a esses pensamentos, para praticarem o mau, nascendo disso a sensação
de que o Diabo existe e que também tem muita força.
Na
verdade, essa nomenclatura foi dada apenas para justificar as atitudes desses
irmãos caídos e dar um contraponto de equilíbrio as coisas santas. Contudo, não
há ponto de equilíbrio com a força de Olorum e sim, com nossas atitudes, já que
muitas vezes as lutas espirituais são situações mal resolvidas entre indivíduos
que se perpetuam no tempo até serem desfeitas ou sanadas.
Várias
religiões usam essa nomenclatura para ocultar a existência de espíritos e
justificar sua doutrina, errando, ao nosso ver, de forma gritante ao comparar o
Diabo (espíritos negativos) com Deus, nosso pai maior, Olorum.
Notem
que a existência desses espíritos negativos respeita a Lei imutável criada por
Olorum, já que nos foi dado o Livre Arbitro e em razão dele temos que passar
por várias situações para aprendermos de forma plena as virtudes de Olorum,
seja no campo positivo ou negativo, seja encarnado ou desencarnado, o certo é
que aprendemos sempre, basta querer.
Ora,
se o Ser é a semelhança de Deus e todos são seus filhos, não se pode desistir
deles, apenas porque estão caídos. E é por isso que eles existem e na Umbanda
se tenta mostrar a eles o caminho da Luz e da Evolução.
Na
Umbanda não se nega a existência de espíritos caídos, negativos, trevosos,
sofredores, etc, cada qual dentro da sua negatividade, existência, conhecimento
e essência, apenas não se admite a existência de um Diabo em pé de igualdade
com Deus, já que isso não existe, apenas é utilizado por outras religiões no intuito
de não admitir a existência de um plano espiritual habitado, mas, todos, mesmo
que de forma obliqua, deixam nas entrelinhas a existência deles quando dizem
sobre a existência de Santos, Anjos, Deuses, Buda, Maomé, Diabo, Lúcifer,
espíritos caídos, monstros, entre outros, sempre querendo esconder o que não
conhecem e não entendem.
Portanto,
de forma veemente, não há igualdade de poder entre Deus e o Diabo, se é que
existe esse ser único.
Pensemos,
reflitamos...
Que
Olorum abençoe a todos.
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