segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Olorum e os Orixás


Olorum e os Orixás

De forma clara e objetiva, Olorum na Umbanda é o ser supremo, criador de tudo e de todos. É dele que tudo é gerado. Ele para os umbandistas é o nome dado a Deus, por ser Deus, não temos como descrevê-lo, apenas sabemos que existe e que tudo ele pode e ele pode tudo. É a energia divina que nos conduz a evolução.

Por ser energia divina, não podemos descrevê-lo, apenas senti-lo, pois sabemos que ele existe e que muitas coisas somente ele pode. Essa afirmação é amplamente difundida, tanto que o ditado popular já deixa isso muito claro “Não caiu uma folha de uma arvore se não for pela permissão de Deus”.

A palavra Olorum é de origem Yorubá. Olo significa senhor e Orum, o além, o alto do céu.

Olorum é onisciente, onipotente, onipresente e indivisível, é energia pura que nos dá vida e nos sustenta.

Quando da criação, os seres humanos eram apenas centelhas divinas de Olorum e visando uma perfeita evolução dessas centelhas, Olorum entendeu por bem distribuir a elas suas virtudes principais, quais sejam, Fé, Amor, Conhecimento, Equilíbrio, Ordem, Evolução e Geração.

O que isso quer dizer? Quer dizer que em nossa primeira encarnação éramos apenas centelhas sem nenhuma virtude, uma brasa simples e pura. Ao encarnarmos Olorum entendeu por bem nos dar 07 (sete) virtudes suas, a serem evoluídas em nosso intimo quando do estágio no plano material, para entendermos e compreendermos cada uma delas e assim melhorar como Ser, não Ser encarnado ou desencarnado, mais como Ser em todas as suas facetas, já que mesmo desencarnados continuamos a evoluir as virtudes de Olorum.

Quando desencarnados, aprendemos tanto na luz como nas trevas, dependendo o campo que estamos de acordo com nosso merecimento. Se merecemos estar na luz, passamos a ajudar nossos semelhantes, quase sempre como entidades espirituais, que pode ser dos mais variados graus e níveis de luz. Se nas trevas ou na escuridão, aprenderemos com a dor e com as dificuldades, mais sempre evoluindo, positivamente ou negativamente, ou até mesmo podendo ajudar o próximo, trabalhando pela Lei, dependendo do nosso merecimento.

É justamente por isso que em nosso centro, casa de oração, templo de umbanda, ou qualquer outro nome que queriam dar, aprendemos desde sempre que “somos seres espirituais estagiando na terra”.

Por haver todas essas virtudes indispensáveis ao Ser, Olorum necessitava que elas fossem alimentadas, vigiadas e controladas, pois concedeu também aos indivíduos o livre arbítrio, ou seja, através desse fator o Ser escolhe como proceder e é justamente por isso que muitas vezes o Ser não cresce de forma correta dentro das virtudes divinas e acaba por modificar sua caminhada evolutiva (mas isso fica para uma outra ocasião).

Sendo assim, Olorum criou Sete Tronos Divinos: O Trono da Fé; O Trono do Amor; O Trono do Conhecimento; O Trono da Justiça (Equilíbrio); O Trono da Lei (Ordenação); O Trono da Evolução; e O Trono da Geração, bem difundidos e explicados pelo irmão Rubens Saraceni em suas obras literárias, que recomendamos a todos.

Para cuidar desses Tronos, Olorum criou as divindades, que são conhecidas popularmente como Orixás, que são essencialmente “poder” (energia), ou seja, que não se manifestam (incorporam), mas que irradiam sua virtude para todos os Seres e também dão forças aos guias e protetores que trabalham com seus fatores ajudando os encarnados e os desencarnados a evoluírem dentre de cada virtude e da Lei maior.

Muitos afirmam e no Wikipedia está descrito que Os orixás (yoruba Òrișà; em espanhol Oricha; em inglês Orisha) são ancestrais divinizados africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos. Estão relacionados às manifestações dessas forças. A característica de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada Orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, oferendas, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada Orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus Orixás vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente”.

Aqui cabe algumas observações, já que concordamos apenas em parte do que está descrito. Vejam, que como dissemos, os Orixás são divindades criadas por Olorum, que não incorporam, mas irradiam sua virtude para todos os Seres e também dão forças aos guias e protetores que trabalham com seus fatores ajudando os encarnados e os desencarnados a evoluírem dentre de cada virtude.

Além disso, são os Orixás os responsáveis por alimentar, vigiar e controlar as virtudes de Olorum. Ora, se são divindades com tais responsabilidades, não podemos concordar que “A característica de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais”.

Na verdade, os Orixás não tem esses sentimentos, apenas irradiam seus fatores e o Ser, pelo seu livre arbítrio, toma suas decisões e dentro da Lei recebe ou é cobrado por suas atitudes. Afirmando que eles tem os sentimentos lá descritos, estaremos humanizando essas divindades, o que não podemos concordar. Respeitamos quem assim entende, mas não concordamos.

O que concordamos é que os Orixás “correspondem a pontos de força da Natureza “ e que Cada Orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, oferendas, espaços físicos e até horários” (o que abordaremos em outros artigos).

Concordamos também que “Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada Orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus Orixás vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente”.

Portanto, para nós umbandistas, Orixás são forças divinas que irradiam as virtudes de Olorum para todos (isso também será melhor explicado em outros artigos). 

Sabendo disso, Olorum designou a responsabilidade do Trono da Fé ao nosso Pai Oxalá, que é essencialmente magnetizador da Fé. Como na Umbanda tudo é equilíbrio, este trono também ficou sob a responsabilidade de nossa Mãe Oyá, que é essencialmente cristalizadora da religiosidade.

O Trono do Amor foi designado a nossa Mãe Oxum, que é essencialmente concebedora do amor, e tem ao seu lado dando equilíbrio nosso Pai Oxumaré, que é essencialmente renovador da concepção.

O Trono do Conhecimento foi designado ao nosso Pai Oxossi, que é essencialmente expansor do conhecimento, e tem ao seu lado dando equilíbrio nossa Mãe Obá, que é essencialmente concentradora do raciocínio.

O Trono da Justiça (ou do Equilíbrio) foi designado a nosso Pai Xangô, que é essencialmente equilibrador da justiça, e tem ao seu lado dando equilíbrio nossa Mãe Egunitá, que é essencialmente energizadora da razão.

O Trono da Lei (ou da ordem) foi designado ao nosso Pai Ogum, que é essencialmente ordenador da Lei, e tem ao seu lado dando equilíbrio nossa Mãe Iansã que é essencialmente direcionadora do caráter.

O Trono da Evolução foi designado ao nosso Pai Obaluaiiê, que é essencialmente transmutador da evolução, e tem ao seu lado dando equilíbrio nossa Mãe Nanã Buruque, que é essencialmente decantadora dos sentidos.

O Trono da Geração foi designado a nossa Mãe Iemanjá, que é essencialmente geradora da criatividade, e tem ao seu lado dando equilíbrio nosso Pai Omolú, que é essencialmente estabilizador da geração.

Importante saber também que a Umbanda é monoteísta, ou seja, que acredita em um só Deus, Olorum, criador de tudo e de todos. Todavia, trabalha com diversas energias (poder) em perfeito equilíbrio, sendo, portanto, uma religião bipolar, pois há sempre positivo e negativo, macho e fêmea, ativo e passivo, certo e errado, entre outras coisas, sempre em perfeito equilíbrio, onde cada fator é vigiado por um Orixá (Oxalá e Oyá; Oxum e Oxumaré; Oxossi e Obá; Xangô e Egunitá; Ogum e Iansã; Obaluaiiê e Nanã Buruque; Iemanjá e Omolú), conforme demonstrado acima.

Todos os Tronos por serem bipolar, podem girar no positivo ou no negativo, podem ser ativos ou passivo, dependendo sempre das energias do indivíduo, pois, é a partir dos pensamentos que a pessoa se torna mentalmente acessível, já que sua própria afinidade magnética começa a atrair os seus semelhantes.

Este são pontos iniciais da Umbanda...

Umbanda é muito mais e tem fundamento...

Vamos apreender...