Olorum
e os Orixás
De
forma clara e objetiva, Olorum na
Umbanda é o ser supremo, criador de tudo e de todos. É dele que tudo é gerado.
Ele para os umbandistas é o nome dado a Deus, por ser Deus, não temos como
descrevê-lo, apenas sabemos que existe e que tudo ele pode e ele pode tudo. É a
energia divina que nos conduz a evolução.
Por
ser energia divina, não podemos descrevê-lo, apenas senti-lo, pois sabemos que
ele existe e que muitas coisas somente ele pode. Essa afirmação é amplamente
difundida, tanto que o ditado popular já deixa isso muito claro “Não caiu uma
folha de uma arvore se não for pela permissão de Deus”.
A
palavra Olorum é de origem Yorubá. Olo significa senhor e Orum, o além, o alto do céu.
Olorum
é onisciente, onipotente, onipresente e indivisível, é energia pura que nos dá
vida e nos sustenta.
Quando
da criação, os seres humanos eram apenas centelhas divinas de Olorum e visando
uma perfeita evolução dessas centelhas, Olorum entendeu por bem distribuir a
elas suas virtudes principais, quais sejam, Fé, Amor, Conhecimento, Equilíbrio, Ordem, Evolução e Geração.
O
que isso quer dizer? Quer dizer que em nossa primeira encarnação éramos apenas
centelhas sem nenhuma virtude, uma brasa simples e pura. Ao encarnarmos Olorum
entendeu por bem nos dar 07 (sete) virtudes suas, a serem evoluídas em nosso intimo
quando do estágio no plano material, para entendermos e compreendermos cada uma
delas e assim melhorar como Ser, não Ser encarnado ou desencarnado, mais como
Ser em todas as suas facetas, já que mesmo desencarnados continuamos a evoluir
as virtudes de Olorum.
Quando
desencarnados, aprendemos tanto na luz como nas trevas, dependendo o campo que
estamos de acordo com nosso merecimento. Se merecemos estar na luz, passamos a ajudar
nossos semelhantes, quase sempre como entidades espirituais, que pode ser dos
mais variados graus e níveis de luz. Se nas trevas ou na escuridão,
aprenderemos com a dor e com as dificuldades, mais sempre evoluindo,
positivamente ou negativamente, ou até mesmo podendo ajudar o próximo,
trabalhando pela Lei, dependendo do nosso merecimento.
É
justamente por isso que em nosso centro, casa de oração, templo de umbanda, ou
qualquer outro nome que queriam dar, aprendemos desde sempre que “somos seres espirituais estagiando na
terra”.
Por
haver todas essas virtudes indispensáveis ao Ser, Olorum necessitava que elas
fossem alimentadas, vigiadas e controladas, pois concedeu também aos indivíduos
o livre arbítrio, ou seja, através
desse fator o Ser escolhe como proceder e é justamente por isso que muitas
vezes o Ser não cresce de forma correta dentro das virtudes divinas e acaba por
modificar sua caminhada evolutiva (mas isso fica para uma outra ocasião).
Sendo
assim, Olorum criou Sete Tronos Divinos:
O Trono da Fé; O Trono do Amor; O Trono do Conhecimento; O Trono da Justiça
(Equilíbrio); O Trono da Lei (Ordenação); O Trono da Evolução; e O Trono da
Geração, bem difundidos e explicados pelo irmão Rubens Saraceni em suas obras
literárias, que recomendamos a todos.
Para
cuidar desses Tronos, Olorum criou as divindades,
que são conhecidas popularmente como Orixás,
que são essencialmente “poder” (energia), ou seja, que não se manifestam
(incorporam), mas que irradiam sua virtude para todos os Seres e também dão
forças aos guias e protetores que trabalham com seus fatores ajudando os
encarnados e os desencarnados a evoluírem dentre de cada virtude e da Lei maior.
Muitos
afirmam e no Wikipedia está descrito que “Os orixás (yoruba Òrișà; em espanhol Oricha;
em inglês Orisha) são ancestrais divinizados
africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os
seus arquétipos. Estão relacionados às manifestações dessas forças. A
característica de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles
manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em
excesso, são passionais. Cada Orixá tem ainda o seu sistema simbólico
particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, oferendas,
espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se
deu durante o período da escravatura, cada Orixá foi também associado a um santo
católico, devido à imposição do catolicismo aos
negros. Para manterem os seus Orixás vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los
na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente”.
Aqui cabe algumas observações, já que concordamos apenas
em parte do que está descrito. Vejam, que como dissemos, os Orixás são
divindades criadas por Olorum, que não incorporam, mas irradiam sua
virtude para todos os Seres e também dão forças aos guias e protetores que
trabalham com seus fatores ajudando os encarnados e os desencarnados a
evoluírem dentre de cada virtude.
Além
disso, são os Orixás os responsáveis por alimentar, vigiar e controlar as
virtudes de Olorum. Ora, se são divindades com tais responsabilidades, não
podemos concordar que “A característica de cada Orixá aproxima-os dos seres
humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva,
ciúmes, amam em excesso, são passionais”.
Na verdade, os Orixás não tem esses sentimentos, apenas irradiam
seus fatores e o Ser, pelo seu livre arbítrio, toma suas decisões e dentro da
Lei recebe ou é cobrado por suas atitudes. Afirmando que eles tem os
sentimentos lá descritos, estaremos humanizando essas divindades, o que não
podemos concordar. Respeitamos quem assim entende, mas não concordamos.
O que concordamos é que os Orixás “correspondem a pontos de força da Natureza “ e que “Cada Orixá tem ainda o seu sistema simbólico
particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, oferendas,
espaços físicos e até horários” (o que abordaremos em outros artigos).
Concordamos também que “Como resultado do sincretismo que se
deu durante o período da escravatura, cada Orixá foi também associado a um santo
católico, devido à imposição do catolicismo aos
negros. Para manterem os seus Orixás vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los
na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente”.
Portanto,
para nós umbandistas, Orixás são forças divinas que irradiam as virtudes de
Olorum para todos (isso também será melhor explicado em outros artigos).
Sabendo
disso, Olorum designou a responsabilidade do Trono da Fé ao nosso Pai
Oxalá, que é essencialmente magnetizador da Fé. Como na Umbanda tudo é
equilíbrio, este trono também ficou sob a responsabilidade de nossa Mãe Oyá,
que é essencialmente cristalizadora da religiosidade.
O
Trono do Amor foi designado a nossa Mãe Oxum, que é essencialmente
concebedora do amor, e tem ao seu lado dando equilíbrio nosso Pai Oxumaré, que
é essencialmente renovador da concepção.
O
Trono do Conhecimento foi designado ao nosso Pai Oxossi, que é
essencialmente expansor do conhecimento, e tem ao seu lado dando equilíbrio
nossa Mãe Obá, que é essencialmente concentradora do raciocínio.
O
Trono da Justiça (ou do Equilíbrio) foi designado a nosso Pai Xangô, que
é essencialmente equilibrador da justiça, e tem ao seu lado dando equilíbrio
nossa Mãe Egunitá, que é essencialmente energizadora da razão.
O
Trono da Lei (ou da ordem) foi designado ao nosso Pai Ogum, que é
essencialmente ordenador da Lei, e tem ao seu lado dando equilíbrio nossa Mãe
Iansã que é essencialmente direcionadora do caráter.
O
Trono da Evolução foi designado ao nosso Pai Obaluaiiê, que é
essencialmente transmutador da evolução, e tem ao seu lado dando equilíbrio
nossa Mãe Nanã Buruque, que é essencialmente decantadora dos sentidos.
O
Trono da Geração foi designado a nossa Mãe Iemanjá, que é essencialmente
geradora da criatividade, e tem ao seu lado dando equilíbrio nosso Pai Omolú,
que é essencialmente estabilizador da geração.
Importante
saber também que a Umbanda é monoteísta, ou seja, que acredita em um só Deus,
Olorum, criador de tudo e de todos. Todavia, trabalha com diversas energias
(poder) em perfeito equilíbrio, sendo, portanto, uma religião bipolar, pois há
sempre positivo e negativo, macho e fêmea, ativo e passivo, certo e errado,
entre outras coisas, sempre em perfeito equilíbrio, onde cada fator é vigiado
por um Orixá (Oxalá e Oyá; Oxum e Oxumaré; Oxossi e Obá; Xangô e Egunitá; Ogum
e Iansã; Obaluaiiê e Nanã Buruque; Iemanjá e Omolú), conforme demonstrado acima.
Todos
os Tronos por serem bipolar, podem girar no positivo ou no negativo, podem ser ativos
ou passivo, dependendo sempre das energias do indivíduo, pois, é a partir dos
pensamentos que a pessoa se torna mentalmente acessível, já que sua própria
afinidade magnética começa a atrair os seus semelhantes.
Este
são pontos iniciais da Umbanda...
Umbanda
é muito mais e tem fundamento...
Vamos
apreender...